terça-feira, janeiro 09, 2007

Para se ler ainda jovem

Quando eu tiver meus sessenta e cinco anos
E, por tua culpa, for um velho rabugento e mal-humorado
Quero te encontrar ao acaso pelas ruas
Com o corpo coberto de mágoas e futuros-do-pretérito
E dizer-te o seguinte:

“Agora vês?
Então, da próxima vez que eu te falar
Que o amanhã não existe
E olhar-te com a feição de um cachorro molhado
Cale a minha boca e beije-me com amor
Assim entre nós não haverão apenas arrependimentos!
Mas agora, a vida que deveria ter sido
Já foi há muito.”

Aposto que tu me olharias chateada
Eu faria uns resmungos sobre o clima quente
E cada um seguiria o fim de seu caminho.

Um comentário:

Carolina Bonturi disse...

Saudações Tigre!
tudo o que podia ter sido e não foi... será que algum dia seria?
porque as coisas entre duas pessoas dependem de duas pessoas a se olhar mutuamente.
o mundo dentro da fantasia é cheio de possibilidades perdidas, mas na vida real, des-creio, tem um só sentido e é assim que teve que ser.
Esse conformismo também é esperado e por isso não podia ser diferente...

"Os opostos se distraem; os dispostos se atraem..."