segunda-feira, janeiro 29, 2007

Suicídio

Nascera,
Um pouco vivera,
Se iludira, caipira, e viera.
Investira e perdera.
Não usufruira.
Não obtivera o que pedira.
Se abrira e desiludira, discutira,
De nada servira.
E a mentira, ouvira.
E a ira, crescera.

Agora, considera.
Pra onde a vida o conduzira,
O confundira: caíra.

Medita e conspira. (Inspira... Expira... Inspira... Expira...)

(Inspira expira inspiraexpirainspiraexpira...)

Vacila.
Transpira.
Perspira.

Suspira. Não mais importa ao que aspira.
Já não aspira a nada.
Chora.

Já decidira:
A arma retira.

Inspira expira inspira expira...
Transpira.
Delira.
Mira, na têmpora,
E atira.

O tempo pára.
É seu agora.

Não mais respira.
Do palco, se retira.
Se atira na pira,
Se expira. Partira.

Escoa...

2 comentários:

Leandro disse...

Será que depois de escoar o tempo é mesmo da pessoa?

Deni Rogê disse...

caramba.....
que poesia forte, os meus sentidos até acompanharam o delinear dos fatos relatados conforme fui lendo.....Seninha, como se inspirou? Ou melhor, houve inspiração para tal poesia, se houve, como houve?
estou um tanto confuso, demoro a capitar certas coisas....mas o "inspira, expira, inspira", nossa isso é adrenalizante...cara, parabéns....vc tem sucesso.
abraços