quinta-feira, dezembro 28, 2006

Minha Alegria


A minha alegria foi viajar pra Puta Que Pariu e sequer deixou recado. Um dia ela descobriu que havia internet lá e resolveu me dizer do amor que tinha. Queria mandá-la de novo ao lugar que foi, mas já estava lá e não adiantou muito.
Na verdade não a mandei de novo porque o amor que me tinha era recíproco. Tão recíproco era, que resolvi negar-lhe o amor que tinha. Minha alegria estava tão longe e eu nem conseguia esquecê-la porque vinha me lembrar de sua existência na internet. Foi por isso que lhe neguei o amor e a fiz chorar com tanto ardor que até me arrependi.
Fiz o que fiz porque era preciso. Minha alegria poderia ser a alegria de outro alguém mais perto de si. Alegria virtual não funciona. Você desliga o computador e fica puto da vida com a vida de novo. Optei, portanto, pela tristeza absoluta. E, se optei, ela já deixa de ser tristeza e vira melancolia.
O plano do imbecil funcionou tão bem que quando a minha alegria resolveu voltar lá da Puta Que Pariu, se esqueceu tão completamente de minha existência que tive de lembrá-la novamente. Minha alegria já não me pertencia mais. Era uma alegria solta, procurando outro dono qualquer, que não lhe negue o amor.
No meu caso, a triste melancolia veio, portanto, da ausência de alegria, que se foi sem avisar, quis voltar atrás, mas já era tarde para mim. Deleitei-me com a tristeza de tal forma que não quis deixá-la ao relento. Mas ela me maltrata tanto...

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