
Tigre não é onça, é tigre, assim como tristeza não é melancolia; as coisas podem ser parecidas mas não as mesmas. É óbvio que se deixássemos as línguas ao jugo dos poetas haveriam infinitas palavras para cada coisa, a fim de rimar com outras coisas que quisessem expressar num verso anterior, o que faria da tristeza, a melancolia, ou outras coisas mais, às vezes até mesmo um tigre. Mas, se seguindo neste rumo chegamos a tais comparações, poderia-se entender também os três tigres como variações de um só tigre (ou jaguar que seja), este sim, absoluto, o que os misturaria de alguma forma; assim, três tigres seriam, no fundo, um tigre três vezes, ou três vezes um tigre, uma mudança de quantias, coisa de receita.
A língua de Babel, esta só é falada por este tigre absoluto, que sente uma absoluta tristeza e come do mais puro trigo.
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